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História de Santa Cruz, no Rio de Janeiro: Conheça a origem do bairro imperial e suas atrações históricas
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3 de agosto de 2023
A história de Santa Cruz remonta aos tempos do império brasileiro. Suas ruas ainda abrigam atrações que nos transportam de volta a essa época grandiosa. De uma antiga fazenda jesuíta a um dos maiores bairros da cidade do Rio de Janeiro, Santa Cruz tem um passado histórico pouco conhecido.
Passeando pela região, é possível admirar imponentes casarões coloniais, momentos centenários e praças repletas de histórias. Devido a sua grande importância, prestígio cultural e histórico, em 2022 o Santa Cruz foi reconhecido como Bairro Imperial da cidade do Rio de Janeiro.
Mesmo com o passar dos séculos, ainda conserva parte de sua identidade e história que ajudaram a moldar a região que pode ser vista dia a dia de seus moradores. Um verdadeiro tesouro histórico na cidade maravilhosa.
Continue a sua leitura para mergulhar em atrações históricas do Santa Cruz. Conheça mais detalhes fascinantes sobre sua fundação, crescimento e transformações ao longo dos anos.
A história de Santa Cruz começa antes da chegada dos portugueses ao Brasil. Povos indígenas viviam na região de Santa Cruz. Em 1567, esse local foi doado ao cavaleiro da Casa Real, Cristóvão Monteiro, em agradecimento por suas conquistas durante uma expedição militar.
Com a morte de seu marido, a viúva, Marquesa Ferreira, doou as terras aos padres jesuítas. Unindo essas a outras terras que já possuíam, instalaram uma enorme cruz de madeira no local, batizando de Santa Cruz.
Em 1759, quando os jesuítas foram expulsos do Brasil, a Fazenda de Santa Cruz foi revertida à coroa portuguesa. Ela ficou sob os cuidados dos vice-reis e se tornou um local de veraneio para a família real.
O antigo convento foi transformado no Paço Real, e renomeado como Palácio Real e Imperial de Santa Cruz, onde os príncipes regentes Dom Pedro e Dom Miguel cresceram e foram educados.
Um serviço de carruagens ligava a estrada até a fazenda e facilitava o acesso aos comércios, botânicos e mineralogistas europeus como Georg von Langsdorff, Debret e Von Martius.
Aos poucos, Santa Cruz foi se modificando, com palacetes, solares e estabelecimentos comerciais. Vários monumentos históricos deste período ainda estão presentes no bairro, retratando o passado colonial, imperial e republicano do Brasil, como a Ponte dos Jesuítas, o Hangar do Zeppelin e o Palacete Princesa Isabel.
Ponte dos Jesuítas
A Ponte dos Jesuítas é considerada a primeira obra de engenharia hidráulica do país. Construída em 1752, foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938.
Um dos principais pontos turísticos da região, seu objetivo principal incluía um sistema de comportas para controlar o fluxo das águas do Rio Guandu.
Situada na Estrada do Curtume e de fácil acesso pela Av. Brasil a Ponte dos Jesuítas passou por uma reforma recentemente. Ela retomou à forma e à beleza originais, atraindo familiares e amigos para o local que é muito calmo e agradável.
Hangar do Zeppelin
Localizado na Base Aérea de Santa Cruz, o Hangar do Zeppelin é um grande edifício. Foi projetado para abrigar aeronaves alemãs conhecidas como Zeppelin.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 1998, está sob inscrição de tombamento nº 550.
O prédio impressiona pelos detalhes arquitetônicos, estilo Art Déco e dimensões gigantescas, único no mundo. Embora que por poucas vezes, os históricos Zeppelin e Hindenburg já ficaram atracados lá.
O Batalhão Villagran Cabrita foi criado em 1855, pela necessidade de apoiar a movimentação de tropas em campanhas militares.
Teve protagonismo em diversos acontecimentos da história militar brasileira e mundial. A Guerra de Canudos, a Revolta da Armada e a Segunda Guerra Mundial foram as que mais tiveram destaque.
Localizado no bairro de Santa Cruz, o Batalhão encontra-se atualmente inserido ao antigo Palácio Real de Santa Cruz. O espaço histórico e cultural é aberto ao público, uma vez que este palácio serviu de residência para a família real.
Palacete Princesa Isabel (Antiga sede do Matadouro Imperial de Santa Cruz)
Com o objetivo de abrigar a sede administrativa do antigo Matadouro de Santa Cruz, o Palacete Princesa Isabel foi inaugurado em 1881 na presença de D. Pedro II.
Em 1886, a função de algumas salas do palácio se transformou em escola para acolher os filhos dos trabalhadores do matadouro. Após a Proclamação da República, o matadouro foi gradualmente fechado devido ao atraso tecnológico. Como resultado, todo o palácio foi tomado pela escola.
Atualmente, o Palacete é o Centro Cultural Princesa Isabel e abriga o Núcleo de Orientação e Pesquisa Histórica de Santa Cruz (NOPH-Santa Cruz).
Solar dos Araújos
Fundado em 1895, o Solar dos Araújos é um palacete localizado no bairro de Santa Cruz. O palácio contém elementos arquitetônicos do Império brasileiro e é tombado pelo município do Rio de Janeiro.
Atualmente, o palácio é mantido e preservado pelo Santa Cruz Shopping, inaugurado na zona oeste do Rio de Janeiro em 2001. Foi ele que financiou os gastos do solar para assegurar a sua conservação.
Fonte Wallace e Praça Dom Romualdo
Instalada em Santa Cruz, em frente ao Batalhão Villagran Cabrita e, mais tarde, transferida para a Praça Dom Romualdo.
Fonte Wallace vem de seu fundador, o inglês Sir Richard Wallace, que doou 100 réplicas da fonte para a cidade de Paris em 1872. Posteriormente, foram doadas também para outras grandes cidades do mundo.
O objetivo era embelezar praças e parques com sofisticação e raridade. Em 1997 a Fonte Wallace foi reformada, pintada e teve o seu sistema de chafarizes restaurado.
Residência Júlio Cesário de Melo
Em 1906, o pernambucano Júlio Cesário de Melo tornou-se médico microscopista do Matadouro de Santa Cruz. Nesse mesmo ano, entrou para a vida política representando o povo de Santa Cruz junto ao Governo.
Viveu da política e não cobrava pela medicina em seu consultório, em virtude da promessa feita à sua mãe. A residência onde ele morou abriga atualmente a Casa Ser Cidadão, um espaço destinado a projetos sociais e educativos.
Museu da Casa da Moeda do Brasil
Fundada em 1694, a Casa da Moeda favorece a circulação de riquezas. Desde a época colonial, quando se cunhavam moedas provincianas, efetivamente brasileiras.
Localizado em Santa Cruz, o museu é um dos mais bem equipados do mundo e o maior da América Latina.
A Casa da Moeda desenvolve vários produtos como moedas comemorativas, selos fiscais e federais. Também produz passaportes, certidões e documentos que exigem um sistema de segurança bem desenvolvido.
Como você pode ver, a história de Santa Cruz ainda persiste na região, criando um excelente cenário cultural. Parte da beleza está não apenas nas suas relíquias arquitetônicas e nas histórias que elas contam, mas também na forma como esse bairro preservou sua identidade ao longo dos anos.
Santa Cruz é um local que oferece uma qualidade de vida excepcional para aqueles que têm o privilégio de chamar esse lugar de lar. O bairro imperial atualmente possui uma infraestrutura completa, com uma variedade de serviços, comércios e opções de entretenimento para seus moradores.
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